Nós não somos meninas!
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Nós não somos meninas!
Por Joyce Barsotti Cunha
- maio de 2022 -
Você certamente não se refere a homens adultos como meninos, ou mesmo como garotos, mas é bem provável que já tenha dado uma escorregada e se referido a um grupo de amigas como "as meninas".
Não se culpe, você não está sozinho.
Mas é preciso falarmos sobre esse assunto e pararmos com isso já!
Por quê?
Porque palavras têm poder!
Falar sobre mulheres adultas como se estivéssemos falando de crianças muda a maneira como vemos as mulheres, mesmo inconscientemente. É como se as mulheres nunca fossem suficientemente adultas ao ponto de poderem ser equiparadas a homens adultos. É como se colocássemos as mulheres em um patamar inferior.
Um homem certamente se ofenderia se o chamássemos de menino ou de garoto. Ele acharia humilhante e talvez sentisse como se sua masculinidade estivesse sendo questionada. Mas há mulheres que gostam de ser vistas como pequenas, frágeis e delicadas, que fazem questão que as pessoas acreditem que são mais novas, que gostam que os homens as protejam e preferem que eles estejam no comando.
Isso não seria um problema se não fosse fruto de uma criação centrada em uma cultura paternalista, que constantemente questiona o poder feminino e faz de tudo para manter as coisas como são. Para manter esse mundo em movimento, somos induzidos a acreditar que tudo está encaixado, cada um em seu papel, e que não faz o menor sentido querer alterar a ordem das coisas.
Atreva-se a quebrar esse ciclo. Pare com isso já! Chame as mulheres pelo que elas são: mulheres! E não tenha medo de, com carinho e respeito, corrigir aqueles que ainda não perceberam que estão perpetuando uma cultura que não nos favorece.
Comece a usar uma linguagem que empodere e ajude outras mulheres a descobrirem a sua força ao invés de usar nomes e adjetivos fofinhos e infantis. Encoraje as mulheres a serem maduras e responsáveis e observe a diferença que isso trará à sua vida e à vida das mulheres e dos homens que convivem com você.
Cabe a nós mudarmos essa cultura. Cabe a nós entender o impacto que as palavras podem ter e alterar o curso do mundo.
Psicóloga, Pedagoga e apaixonada pelo mundo da Educação. Fundadora da myJoy Academy.