Você é um pai superprotetor?
Pare com isso já!

Por Joyce Barsotti Cunha

- agosto de 2020 -

Você já ouviu falar em pais-helicóptero? Esse é um termo usado para os pais que estão o tempo todo em cima do filho, mesmo quando o pequeno não necessita de qualquer ajuda.


Também existem os pais-cortadores-de-grama, que andam ao lado do filho cortando todos os obstáculos do caminho.


Resolvi escrever sobre isso devido às mensagens que recebi sobre o ultimo post: É hora de voar para fora do ninho.


Desde que meus filhos eram bem pequenos, eu recebia olhares tortos e conselhos de pessoas que achavam um absurdo que uma criança de dois anos estivesse escorregando sozinha ou correndo solta por uma festa de aniversário.


O fato é que sempre tem gente pra dar palpite e achar que o que os pais estão fazendo é errado, seja por dar muita liberdade ou por vigiar demais.



Enfim… a questão é que, no caso dos pais-helicóptero e cortadores-de-grama, não se trata somente de palpites. Há inúmeras pesquisas que indicam que esse tipo de pais privam seus filhos não só de aprendizados importantes, mas também de aprender naturalmente sobre as consequências de suas escolhas. São pais superprotetores, que querem impedir a todo custo que seus filhos cometam erros e sofram com isso.


Com o avanço da tecnologia, houve recentemente um upgrade dos pais superprotetores, e vivemos agora às voltas também com os pais-drone: aqueles que sabem onde, com quem os filhos estão e o que estão fazendo a todo momento. Tudo de forma estratégica e sem sequer que eles percebam.


Ok, sei que tudo isso é legítimo. Normalmente, esses pais têm a melhor das intenções. Mas é preciso entender que esse comportamento pode causar mais mal do que bem e parar com isso já!


Há inúmeros estudos sobre pais superprotetores e o impacto negativo desse tipo de criação é conhecido há anos!

Filhos de pais superprotetores são muito mais propensos a:

- tornar-se excessivamente dependentes;

- desenvolver baixa auto-estima;

- sofrer com ansiedade, estresse e tomar remédios contra depressão;

- não conseguir gerenciar o tempo ou lidar com conflitos;

- ter dificuldade em fazer amizades e manter relacionamentos;

- demonstrar menos criatividade, espontaneidade, prazer e inciciativa em seu tempo livre;

- prestar menos atenção às emoções das outras pessoas;

E a lista continua…

Não é como se os pais fizessem isso de propósito. Na maior parte das vezes, eles estão tentando ajudar e capacitar seus filhos. No entanto, está claro que monitorar e fazer coisas pelas crianças não é a melhor maneira de fazer isso.

Então, respire fundo, desligue o cortador de grama e pouse o helicóptero e o drone. Confie no seu filho, deixe que ele descubra um pouco do mundo por conta própria e permita que pouco a pouco ele se torne independente. As frustrações fazem parte de um caminhar saudável, e vai ser uma grata surpresa descobrir que é para você que ele vai correr quando precisar de ajuda.

Joyce Barsotti Cunha

Psicóloga, Pedagoga e apaixonada pelo mundo da Educação. Fundadora da myJoy Academy.